Cinco Anos de Pandemia: Familiares de Vítimas da Covid-19 reforçam pedido de responsabilização
- Mariana Duarte Cruz
- 12 de mar.
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Nesta terça-feira, 11 de março de 2025, quando se completaram cinco anos da declaração de pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde recebeu uma comitiva especial: familiares de vítimas, entidades de defesa da memória e da responsabilização e cientistas. A atividade, realizada logo no primeiro dia de gestão do Ministro Alexandre Padilha, é uma esperança de retomada do compromisso deste governo com a justiça e a preservação da memória.
A Coordenadora Nacional da Associação Vida e Justiça, a médica Rosângela Dornelles, responsável pela articulação dessa atividade junto ao Ministério, destacou em sua fala a necessidade de apuração das responsabilidades na gestão da pandemia.
“Boa parte das 725.295 mortes no Brasil poderiam ter sido evitadas. Centenas de estudos já demonstram isso. Não podemos permitir que esses crimes fiquem impunes”, afirmou.
O encontro também deu voz aos familiares que perderam entes queridos e que seguem buscando por justiça. Uma das falas foi da Coordenadora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Pelotas, Rosane Brandão, viúva do “Bola”, como era conhecido João Alberto, que faleceu em 2021 de Covid-19. “Este convite, para essa reunião no primeiro dia do seu mandato, isso nos enche de esperança. São 5 longos anos que nós estamos lutando”, destacou Rosane lembrando que depôs da CPI da Pandemia.
Entre as reivindicações levadas ao Ministro Padilha, estão a análise do Relatório Final da CPI da Pandemia pela PGR e pelo STF, a responsabilização da operadora Prevent Senior, que utilizou pacientes como cobaias de medicamentos e experimentos durante a pandemia, a aprovação de projetos de lei para amparo a órfãos da Covid-19, indenização de trabalhadores vítimas da pandemia e a implantação do Memorial da Covid-19 pelo Ministério da Saúde, em diálogo com entidades de vítimas e familiares.
A Coordenadora Nacional da Vida e Justiça, reforça que o Brasil não pode repetir o silenciamento ocorrido com os crimes da ditadura militar.
“O apagamento no país sobre os crimes da ditadura não pode se repetir com os crimes da pandemia. O reconhecimento de que houve crime de Estado no governo Bolsonaro é o caminho para que tais horrores nunca mais ocorram”, enfatizou Rosângela Dornelles.
Rosângela Dornelles considera que a realização da reunião no primeiro dia de gestão do novo ministro foi um sinal importante de compromisso com a verdade e a justiça. “Enquanto os responsáveis pela trágica gestão da pandemia no Brasil não forem punidos, o estado democrático de direito não estará plenamente restabelecido”.




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